Encontrei um poema de Carlos Drummond de Andrade que expressa o que me vai na alma:
PARA SEMPRE
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo-
de tirá-la um dia?
Fôsse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
2 comentários:
Os nossos mais queridos, mesmo quando lá numa estrelinha distante (como dizemos aos mais pequeninos da famíla), deixam-nos sempre as mais bonitas memórias e, sobretudo, gostariam (ou gostam, consoante as convicções de cada um) de nos ver de bem com a vida. E é isto que nos faz esboçar um sorriso e estar de bem com os nossos mais próximos que nos rodeiam.
Querida São,
Poema bem escolhido para demonstrar o que lhe ia na Alma nesse momento e o que vai na Alma de cada um quando se recorda um ente querido que já partiu.
Beijinho.
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