05 maio, 2009

Dia da Mãe... atrasado...

Neste Dia da Mãe não tive vontade de festejos, olhar para a minha mãe deu-me uma tristeza profunda.
Encontrei um poema de Carlos Drummond de Andrade que expressa o que me vai na alma:

PARA SEMPRE

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo-

de tirá-la um dia?

Fôsse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

2 comentários:

teresa disse...

Os nossos mais queridos, mesmo quando lá numa estrelinha distante (como dizemos aos mais pequeninos da famíla), deixam-nos sempre as mais bonitas memórias e, sobretudo, gostariam (ou gostam, consoante as convicções de cada um) de nos ver de bem com a vida. E é isto que nos faz esboçar um sorriso e estar de bem com os nossos mais próximos que nos rodeiam.

Luis disse...

Querida São,
Poema bem escolhido para demonstrar o que lhe ia na Alma nesse momento e o que vai na Alma de cada um quando se recorda um ente querido que já partiu.
Beijinho.