22 março, 2007

Primavera



A Primavera chegou ontem... alguém deu por ela? Instalou-se de mansinho, sem dar muito nas vistas, disfarçada por um friozinho que insiste em não ir embora, mas nota-se que a vida desponta em cada canto, as flores dão cor à paisagem , as árvores começam a ganhar a sua graça, o céu parece mais alto e mais azul!
Bem vinda Primavera!!!!

19 março, 2007

Dia do Pai






Aos dois homens da minha vida, o meu pai (que nunca esquecerei) e o meu marido
: Feliz dia do Pai!

06 março, 2007

Mother Earth





Birds and butterflies

Rivers and mountains she creates

But you'll never know

The next move she'll make

You can try

But it is useless to ask why

Cannot control her

She goes her own way



She rules until the end of time

She gives and she takes

She rules until the end of time

She goes her own way



With every breath

And all the choices that we make

We are only passing through on her way

I find my strength

Believing that your soul lives on

Until the end of time

I'll carry it with me



Once you will know my dear

You don't have to fear

A new beginning always starts at the end

Until the end of time

She goes her own way

Coisinhas novas e lindas!


A lojinha da Associação da Moita tem coisas novas e muito bonitas. Não querem dar uma espreitadela? É só clicar no link e apreciar!

http://www.lojinha-animaisdamoita.blogspot.com/

02 março, 2007

Criancinhas

A criancinha quer Playstation. A gente dá.


A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.



A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.



A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.



A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.



A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.



A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.



Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.



Desperta.



É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.



A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.



A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.



A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».



Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».



A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».



Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.





Miguel Carvalho, in A Devida Comédia, Visão



http://visaoonline.clix.pt/default.asp?CpContentId=332941