02 outubro, 2020

Deixar voar...

"Você nunca mais será amada dessa forma.
Leia mais uma vez. Deixe a frase ancorar, fazer sentido.
Você nunca mais será amada dessa forma.
A incessante necessidade do toque, do contato físico. Acaba.
O constante chamar, o querer dividir todas as mais simples, minúsculas coisas:
"Olha o que eu consigo fazer, mamãe!".
Acaba.
Você nunca mais será amada dessa forma.
O cobrir todas as noites antes de dormir, os pezinhos que te escalam durante as refeições, os beijos molhados pós-banho. Isso acaba.
Você nunca mais será amada dessa forma.
Os pulos na sua cama, o corpo que vira pista de carrinho, os giros de dança que bagunçam o tapete da sala, o pentear dos cabelos úmidos. Acaba.
Você nunca mais será amada dessa forma.
Os sanduíches às sete da manhã de domingo, os desenhos debaixo das cobertas, o abraço na madrugada após um pesadelo, o contar histórias. Acaba.
Você nunca mais será amada dessa forma.
Esse amor, a vontade de estar tão perto que às vezes nos sufoca. Acaba.
Você nunca mais será amada dessa forma.
A verdade é que quando os filhos são assim, pequenos, é a fase da vida em que nossa adoração é quase que recíproca. Mas passa.
Eles crescem e cresce a necessidade de viver outras histórias, outras pessoas, outros sonhos.
É a lei da vida, o caminho certo, é saudável. Mas ainda assim, mesmo sabendo que criar asas é um dos atos mais lindos da maternidade, ver voar é um “doce amargo”.
Será sempre a alegria mais estranha que já se ouviu falar. Uma felicidade diferente que, ao chegar, forma buracos. Um misto de vazio com a sensação de missão cumprida.
Ver voar é aplaudir cada conquista, mas ainda querer sentir as mãozinhas pequenas que te agarravam pelas pernas. É se orgulhar, apoiar, mas com um eterno gostinho de saudade. Saudade do tempo que passou.
Saudade de ter os filhos sempre ao alcance dos olhos. E acima de tudo, saudade dessa fase. Desse amor. Esse que você tem agora, tão próximo, palpável, bem aí ao seu lado.
Por isso, quando o chamar, o tocar, o pedir, quando tudo estiver te levando à beira de um colapso nervoso, lembre-se: você nunca mais será amada dessa forma."


Texto do livro 60 Dias de Neblina
Autora: @a.maternidade
Para comprar o livro: LivrosRafaelaCarvalho.com
Para mais textos como esse, siga o Instagram da autora: @a.maternidade
* Por favor não repostar sem citar a fonte *


17 fevereiro, 2020

Jardinagem...


Este fim de semana, aproveitámos o tempo simpático e atirámo-nos ao jardim, que anda bem precisado de uma manutenção valente, depois de muitos meses frios e chuvosos, em que nem se podia, nem apetecia andar lá fora. 
O escalracho invadiu tudo, até a pobre sebe de escalónia, abafando-a de tal forma que em alguns sítios acabou por secar e morrer. Vamos ter de limpar todas aquelas guias invasoras e dar uma boa poda à sebe, a ver se recupera o viço e cresce mais forte.
O limoeiro está carregado. Já apanhei e distribuí uns quantos sacos de limões e mesmo assim ainda ali tenho muitos. À medida que os vou apanhando, aproveito e podo os ramos, para dar forma à árvore.
Aproveitei também para reenvasar algumas plantas que já estavam grandotas e precisavam de mais espaço.
O loureiro foi outro que enfrentou a tesoura. Agora tenho dois ramos enormes para tratar e meter a secar à sombra.
Ainda há muito mais para fazer, mas tem de ser com calma, muita calma, que aqui a malta já não vai para nova e o corpinho já se queixa com estas aventuras.

13 fevereiro, 2020

Desejos...

Quase 1h da manhã e eu aqui com desejos de uma salada de frutas bem doce e fresquinha... Para o que me havia de dar!
Amanhã lá terei de ir à fruta...

11 fevereiro, 2020

Cantinho do chá e do café...

De vez em quando apetece-me "refrescar" o aspecto das coisas, aproveitar móveis e/ou outros objectos, dispôr as coisas de outra forma, tentar tê-las mais à mão, de forma mais prática. É o que ando hoje a fazer na sala de jantar.
A Sara quer redecorar o quarto e uma das coisas que descartou foi a cómoda, em pinho maciço, mas num tom que já não se usa. Andei uns tempos sem saber bem o que lhe fazer, até que resolvi trazê-la para a sala de jantar e aproveitá-la para guardar toalhas, guardanapos, individuais, em suma, tudo o que é "roupa" desta divisão e que estava encafuada na lavandaria. Aproveitei a deixa e reorganizei o "cantinho do café", juntando-lhe o chá.
Agora é arrumar o resto da sala e mais para o verão logo penso numa forma de transformar este móvel de forma a que se insira melhor na decoração que quero nesta divisão.

24 dezembro, 2019

Natal na cozinha...

Nesta altura do ano, o tempo na cozinha é sagrado, passado e partilhado em família, em que vou passando o que a minha mãe me ensinou em pequenina e no meio da azáfama ou da calmaria, surgem memórias tão vivas, como se a minha mãe ali estivesse de novo de volta da massa, dos tachos, com aquela gargalhada deliciosa e pronta, corada de alegria e do calor da cozinha, como se de novo o meu pai ali andasse a rondar a tentar roubar um docinho ou rapar um tacho, como se fosse um gaiato... E no meio destes meus fantasmas eu sou feliz!


14 dezembro, 2019

Um bolo de aniversário diferente...



A Sara não gosta de bolos de aniversário convencionais, daqueles de pastelaria, com coberturas de pasta de açúcar, massapão ou cremes com ar artificial, quase tudo demasiado doce e enjoativo. Em compensação adora bolinhos caseiros, de preferência feitos pela mãe (apesar de que ela tem imenso jeito para bolos e doces em geral). Portanto, desencantei uma receita diferente, meti mãos à obra e lá saiu este bolo, pouco doce, de textura suave e que fez as delícias de quem o provou.


23 anos...

Passaram 23 anos, estás uma mulher, mas sempre com um sorriso de menina e muitos sonhos no olhar. Olho para ti e apenas te desejo uma coisa: Que sejas muito, muito feliz!
Parabéns Sara!